O modo de organização e funcionamento da sociedade atual determina uma
forte pressão sobre os regimes e a natureza do trabalho / emprego em ambientes
de tecnologia imersiva e intensiva.
As tendências sobre o desemprego são de um modo geral negativas, sendo que
o fenómeno se agrava em populações jovens e de um modo ainda mais evidente em ambientes de risco socio-económico
desfavorecido.
Os fenómenos de desemprego crescente são uma espécie de «bomba» ao
retardador que, para além de exercer uma influência imediata no dia a dia das
pessoas, coloca dificulades na manutenção de sistemas de sustentabilidade e de
relacionamento inter-geracional.
Por estes elementos se percebem os contornos de um problema de dimensão
estratégica, sobre o qual são urgentes programas de promoção da noção de
emprego , por forma a que a sociedade reforce um pilar essencial da sua
convivialidade, e que se relaciona com a promoção da atividade/trabalho como
centro organizazador da vida das pessoas numa sociedade e economia volátil,
incerta, complexa e muitas vezes ambígua.
Processos Inovadores de intervenção sobre o desemprego
Na problemática do desemprego, como em qualquer área ou setor do mundo
atual, os processos de alteração permanente encontram resposta em termos de
implementação de processos de inovação
contínua.
De facto, para além da necessária fase incial de capacitação das pessoas para o desempenho de uma determinada área
de atividade, urge promover a excelência através da construção de modelos de procura ativa de emprego,
para que a competência inicial para o ato ( fase inicial de construção do(s)
sabere(s) seja complementada com processos comunicacionais das competências
adquiridas, e, muito importante, a preparação das pessoas para a monitorização continuada sobre as condições
do mercado de emprego e a busca permanente de enriquecimento do curriculum vitae no sentido da manutenção
das condições de empregabilidade, através de formação contínua ao longo da vida.
Através do “Cidadania Ativa” , um
Programa inovador em Portugal, integralmente dedicado a projetos da Sociedade
Civil , a Fundação Calouste Gulbenkian aprovou o projeto Carta de Conduçao para o Emprego Jovem apresentado pela PROefa –
Associação para a Promoção da Educação e Formação de Adultos, tendo em vista a
construção de capacidades nos jovens, para a oportunidade estratégica de
conduzir um curriculum vitae e as
relações com empregadores , lançando mão de uma analogia com a carta de
condução automóvel, naquilo que consideramos uma aproximação inovadora de
intervenção pedagógica “interligando” os conceitos de condução automóvel com a
condução para o emprego.
Políticas Ativas para uma Sociedade
com Emprego(s) e uma Economia de
Partilha - “Sharing Econony”
O desenvolvimento de ações contínuas de reforço da cidadania pela via da
criação de empregos é uma oportunidade estratégica e mesmo um imperativo ético.
Uma sociedade de informação intensiva está permanentemente a gerar
alterações de contexto, o que, se devidamente perecebido, provoca a emergência
de novas necessidades que podem ser colmatadas através de novos perfis de
emprego. O entendimento das condições de empregabilidade devem orientar os
jovens para a vigilância contínua das suas condições de empregabilidade, e
aqui, uma vez mais, o conceito de Carta
de Condução para o Emprego Jovem, releva aspetos essenciais e colmata uma
lacuna dos sistemas de educação e formação atuais, na medida em que pretende agir
sobre a monitorização das condições de empregabilidade e da melhoria dos
processos de interação/comunicação com os empregadores.
A sustentabilidade de uma sociedade com Emprego(s) deve ancorar-se no
reforço de uma Economia de Partilha ( Sharing
Economy ) o que, desde logo abre espaço a mais inovação, através da implementação
de Espaços de Criação Inteligente de Empregos “Partilhados” ( Co-Jobing
) , de resposta a ofertas de emprego
“partilhadas” ( Co-Lancing ) , de acompanhamento no desenvolvimento de
situações de emprego (job shadowing and mentoring ) e de todas as atividades de Descoberta de
novas metodologias em EDTECH para a promoção do Ensino e da Aprendizagem como o
ensino por pares ( Co-teaching) e a
aprendizagem partilhada ( Co-learning ) , as quais podem desempenhar ações essenciais de promoção do
emprego jovem pela utilização de novas tecnologias de suporte aos modelos de
apremdizagem.
A ideia de Economia da Partilha ganhará com a amplificação de políticas
ativas, reforçadas por uma triade concetual composta por Cidadania, Formação e Trabalho
, e com dinâmicas de ciclo virtuoso capaz de ajudar a encontrar soluções
envolventes e relevantes, num cenário internacional que, por ser adverso , se
assume como um grande desafio que urge enfrentar através da mobilização das
pessoas e da inteligência coletiva que constitui o cerne do seu cérebro social .
Francisco
Lavrador Pires, (Engº)
Avaliador Externo do Projeto CEJ - Carta de Condução
para o Emprego Jovem
Programa Cidadania Ativa
Fundação Calouste Gulbenkian, EEA Grants
Imagem - Global Challenge Insight Report
The Future of Jobs, WEF - World Economic Forum
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