domingo, 13 de março de 2016

Cidadania e Emprego – Desafios com Futuro(s) !




O modo de organização e funcionamento da sociedade atual determina uma forte pressão sobre os regimes e a natureza do trabalho / emprego em ambientes de tecnologia imersiva e intensiva.
As tendências sobre o desemprego são de um modo geral negativas, sendo que o fenómeno se agrava em populações jovens e de um modo ainda mais evidente  em ambientes de risco socio-económico desfavorecido.
Os fenómenos de desemprego crescente são uma espécie de «bomba» ao retardador que, para além de exercer uma influência imediata no dia a dia das pessoas, coloca dificulades na manutenção de sistemas de sustentabilidade e de relacionamento inter-geracional.
Por estes elementos se percebem os contornos de um problema de dimensão estratégica, sobre o qual são urgentes programas de promoção da noção de emprego , por forma a que a sociedade reforce um pilar essencial da sua convivialidade, e que se relaciona com a promoção da atividade/trabalho como centro organizazador da vida das pessoas numa sociedade e economia volátil, incerta, complexa e muitas vezes ambígua.

Processos Inovadores de intervenção sobre o desemprego

Na problemática do desemprego, como em qualquer área ou setor do mundo atual, os processos de alteração permanente encontram resposta em termos de implementação de processos de inovação contínua.
De facto, para além da necessária fase incial de capacitação das pessoas para o desempenho de uma determinada área de atividade, urge promover a excelência através da construção de modelos de procura ativa de emprego, para que a competência inicial para o ato ( fase inicial de construção do(s) sabere(s) seja complementada com processos comunicacionais das competências adquiridas, e, muito importante, a preparação das pessoas  para a monitorização continuada sobre as condições do mercado de emprego e a busca permanente de enriquecimento do curriculum vitae no sentido da manutenção das condições de empregabilidade, através de formação contínua ao longo da vida.
Através do “Cidadania Ativa” , um Programa inovador em Portugal, integralmente dedicado a projetos da Sociedade Civil , a Fundação Calouste Gulbenkian aprovou o projeto Carta de Conduçao para o Emprego Jovem apresentado pela PROefa – Associação para a Promoção da Educação e Formação de Adultos, tendo em vista a construção de capacidades nos jovens, para a oportunidade estratégica de conduzir um curriculum vitae e as relações com empregadores , lançando mão de uma analogia com a carta de condução automóvel, naquilo que consideramos uma aproximação inovadora de intervenção pedagógica “interligando” os conceitos de condução automóvel com a condução para o emprego.

Políticas Ativas para uma Sociedade com Emprego(s)  e uma Economia de Partilha - “Sharing Econony”

O desenvolvimento de ações contínuas de reforço da cidadania pela via da criação de empregos é uma oportunidade estratégica e mesmo um imperativo ético.
Uma sociedade de informação intensiva está permanentemente a gerar alterações de contexto, o que, se devidamente perecebido, provoca a emergência de novas necessidades que podem ser colmatadas através de novos perfis de emprego. O entendimento das condições de empregabilidade devem orientar os jovens para a vigilância contínua das suas condições de empregabilidade, e aqui, uma vez mais, o conceito de Carta de Condução para o Emprego Jovem, releva aspetos essenciais e colmata uma lacuna dos sistemas de educação e formação atuais, na medida em que pretende agir sobre a monitorização das condições de empregabilidade e da melhoria dos processos de interação/comunicação com os empregadores.
A sustentabilidade de uma sociedade com Emprego(s) deve ancorar-se no reforço de uma Economia de Partilha ( Sharing Economy ) o que, desde logo abre espaço a mais inovação, através da implementação de Espaços de Criação Inteligente de Empregos “Partilhados” ( Co-Jobing )  , de resposta a ofertas de emprego “partilhadas” ( Co-Lancing ) , de acompanhamento no desenvolvimento de situações de emprego (job shadowing and mentoring )  e de todas as atividades de Descoberta de novas metodologias em EDTECH para a promoção do Ensino e da Aprendizagem como o ensino por pares ( Co-teaching)  e a aprendizagem partilhada ( Co-learning ) , as quais podem desempenhar ações essenciais de promoção do emprego jovem pela utilização de novas tecnologias de suporte aos modelos de apremdizagem.


A ideia de Economia da Partilha ganhará com a amplificação de políticas ativas, reforçadas por uma triade concetual composta por Cidadania, Formação e Trabalho , e com dinâmicas de ciclo virtuoso capaz de ajudar a encontrar soluções envolventes e relevantes, num cenário internacional que, por ser adverso , se assume como um grande desafio que urge enfrentar através da mobilização das pessoas e da inteligência coletiva que constitui o cerne do seu cérebro social .

Francisco Lavrador Pires, (Engº)
Avaliador Externo do Projeto CEJ - Carta de Condução para o Emprego Jovem
Programa Cidadania Ativa  
Fundação Calouste Gulbenkian, EEA Grants

Imagem - Global Challenge Insight Report 
The Future of Jobs, WEF - World Economic Forum

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